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Blindagem Não é 100%: Os Pontos Fracos do Carro Blindado

A busca por segurança em um cenário urbano cada vez mais desafiador tem levado muitas pessoas a considerarem a blindagem automotiva.

Um carro blindado oferece uma inegável sensação de proteção, mas é fundamental entender que blindagem não é 100%.

Mesmo com toda a tecnologia e materiais avançados empregados no processo, existem pontos fracos no carro blindado que precisam ser conhecidos.

Neste artigo, vamos desvendar as vulnerabilidades do carro blindado, mostrando onde o carro blindado não protege e quais as limitações dessa proteção extra.

Você vai conhecer os diferentes níveis de blindagem, os materiais utilizados e, principalmente, os pontos críticos que merecem atenção.

Prepare-se para uma imersão no universo da segurança automotiva e descubra que, mesmo em um carro blindado, a prudência e o conhecimento ainda são as suas melhores armas.

Níveis de Blindagem: Entendendo a Proteção

A blindagem automotiva é classificada em níveis de blindagem, que indicam o grau de proteção balística oferecido.

No Brasil, o nível mais comum para veículos civis é o III-A, regulamentado pelo Exército Brasileiro.

  • Nível I: Protege contra armas de fogo de menor calibre, como revólveres .22 e .38. (Não é mais usualmente comercializado no mercado de novos).
  • Nível II: Protege contra armas de fogo de calibre 9mm e .357 Magnum. (Não é mais usualmente comercializado no mercado de novos).
  • Nível III-A: O mais comum no Brasil. Suporta disparos de armas de fogo de calibre 9mm, .44 Magnum, submetralhadoras e disparos em ângulo de 45º. É o nível máximo permitido para uso civil no Brasil, sem necessidade de autorização especial.
  • Nível III: Suporta disparos de fuzis, como o 7.62x51mm e o 5.56x45mm. (Uso restrito, necessita de autorização do Exército).
  • Níveis IV e V: Suportam disparos de munições perfurantes e explosivos. (Uso restrito a forças de segurança e chefes de Estado).

Legislação e Normas:

  • Exército Brasileiro: Responsável por regulamentar e fiscalizar a blindagem de veículos no Brasil. A blindagem de um veículo e a atividade de blindadora necessitam de autorização prévia do Exército.
  • ABRABLIN (Associação Brasileira de Blindagem): Reúne empresas do setor e promove a qualidade e a segurança na blindagem automotiva.
  • Norma NBR 15000: Define os requisitos de proteção balística para blindagens.

Materiais Utilizados na Blindagem Automotiva

A blindagem de um carro envolve a aplicação de diferentes materiais em áreas estratégicas do veículo, formando uma barreira de proteção contra disparos de armas de fogo.

Os principais materiais utilizados são:

  • Aço Balístico: Chapas de aço com ligas especiais e tratamento térmico para alta resistência a impactos. Aplicado em colunas, maçanetas, parte inferior das portas e, em alguns casos, no teto e assoalho.
  • Aramida (Kevlar): Fibra sintética de alta resistência, leve e flexível. Utilizada em mantas, aplicadas principalmente nas portas, painéis laterais e traseiro.
  • Vidros Balísticos: Compostos por várias camadas de vidro e materiais plásticos, como o policarbonato, intercaladas com películas de PVB (polivinilbutiral). São mais espessos e pesados que os vidros comuns.
  • Policarbonato: Material plástico transparente de alta resistência, utilizado na composição dos vidros balísticos e, em alguns casos, em outras partes do veículo.
  • Overlap: São peças de aço ou outro material balístico, instaladas nas extremidades dos vidros e em outros pontos críticos para reforçar a proteção em áreas de junção.

Pontos Vulneráveis de um Carro Blindado: Onde a Proteção Pode Falhar

Mesmo com a blindagem, um carro blindado não é uma fortaleza intransponível.

Existem pontos fracos inerentes ao processo de blindagem e às características do próprio veículo.

Conhecê-los é fundamental para adotar uma postura mais segura e consciente ao dirigir um carro blindado.

1. Vidros: Emendas e Bordas

Os vidros balísticos, apesar de altamente resistentes, possuem pontos críticos em suas extremidades.

As bordas dos vidros, onde se encontram com a estrutura da porta, são áreas mais vulneráveis, pois a fixação e a sobreposição (overlap) do vidro balístico com a estrutura metálica do veículo não é totalmente fechada.

  • Overlap: Embora as peças de overlap reforcem essas áreas, pequenas frestas podem existir, e disparos em ângulos específicos podem comprometer a proteção.
  • Emendas dos Vidros (quando aplicável): Em blindagens mais antigas ou de qualidade inferior, pode haver emendas nos vidros, especialmente em veículos com teto solar, o que representa um ponto de fragilidade.

2. Colunas e Maçanetas

As colunas do veículo (onde ficam as dobradiças das portas e os cintos de segurança) e as maçanetas são áreas que exigem atenção especial na blindagem.

  • Colunas: A blindagem das colunas é feita com aço balístico, mas a complexidade da geometria dessas peças pode dificultar uma cobertura 100% perfeita.
  • Maçanetas: As maçanetas originais são mantidas por razões funcionais, e a área ao redor delas pode apresentar um vão entre a parte móvel e a parte fixa, que precisa ser devidamente protegida por uma sobreposição de material balístico.

3. Rodas e Pneus: Mobilidade Comprometida

Os pneus são um dos pontos mais vulneráveis de um carro blindado.

Embora existam pneus blindados (com cintas internas de aço ou polímeros), eles são mais caros, menos duráveis e não oferecem proteção total.

  • Pneus Comuns: Um pneu comum, mesmo com a cinta de proteção, ao ser atingido por disparos, pode se esvaziar rapidamente, comprometendo a mobilidade do veículo.
  • Rodas: As rodas, mesmo as de liga leve, não são blindadas e podem ser danificadas por disparos, dificultando a dirigibilidade.
  • Run Flat: Uma solução para minimizar o problema é a utilização de pneus com tecnologia run flat, que permitem que o carro rode por uma certa distância mesmo com o pneu furado.

4. Teto Solar: Um Ponto Crítico

Veículos com teto solar representam um desafio extra para a blindagem.

A blindagem do teto solar geralmente é feita com vidros balísticos especiais, mas a área ao redor do vidro e o mecanismo de abertura podem apresentar vulnerabilidades.

  • Emendas e Vedação: As emendas entre o vidro blindado do teto solar e a estrutura do veículo são pontos críticos que exigem atenção especial na blindagem.
  • Mecanismo de Abertura: O mecanismo de abertura e fechamento do teto solar pode ser danificado por disparos, impedindo sua movimentação ou criando frestas.

5. Vãos e Frestas: Atenção aos Detalhes

Pequenos vãos e frestas podem surgir em diferentes partes do carro blindado, especialmente nas áreas de junção entre as peças blindadas e a estrutura original do veículo.

  • Portas: Os vãos entre as portas e a carroceria, e ao redor das janelas, precisam ser cuidadosamente protegidos com overlap e materiais balísticos.
  • Porta-malas: A vedação do porta-malas e a área ao redor da fechadura também são pontos que exigem atenção.
  • Caixa de Rodas: Em alguns casos, a caixa de rodas pode ficar exposta, sem proteção balística.

6. Peso da Blindagem: Impacto no Desempenho e na Durabilidade

A blindagem adiciona um peso considerável ao veículo, o que pode afetar seu desempenho, consumo de combustível e durabilidade de componentes como suspensão, freios e pneus.

  • Peso Adicional: Um carro blindado de nível III-A pode ficar entre 150 kg e 250 kg mais pesado, dependendo do veículo e dos materiais utilizados.
  • Desempenho Reduzido: O peso extra pode reduzir a aceleração, a velocidade máxima e a agilidade do veículo.
  • Consumo Elevado: O motor precisa trabalhar mais para mover o veículo mais pesado, o que aumenta o consumo de combustível.
  • Desgaste Prematuro: Suspensão, freios e pneus podem sofrer um desgaste mais acelerado devido ao peso adicional.
  • Manutenção: A manutenção de um carro blindado é mais cara e complexa, exigindo mão de obra especializada e peças específicas.

Vale ressaltar que, além de conhecer as vulnerabilidades inerentes à blindagem, outro fator crucial para a segurança é o histórico do veículo.

Mesmo um carro blindado pode ter sua estrutura comprometida se tiver se envolvido em acidentes graves com sinistros de grande monta, por exemplo.

Por isso, antes de adquirir um veículo blindado usado, é imprescindível realizar uma consulta veicular completa.

Esse procedimento permite identificar se o carro já passou por leilões, se possui histórico de sinistros e se há qualquer registro que possa impactar na sua segurança ou integridade estrutural, mesmo após o processo de blindagem.

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Dicas de Segurança para Quem Dirige um Carro Blindado

Conhecer os pontos fracos do carro blindado é fundamental para adotar uma postura mais segura ao volante. Aqui estão algumas dicas importantes:

  1. Esteja Ciente das Limitações: Lembre-se de que a blindagem não torna o carro invencível. Mantenha uma postura defensiva e evite situações de risco.
  2. Treinamento de Direção: Considere fazer um curso de direção defensiva e evasiva para aprimorar suas habilidades ao volante e saber como reagir em situações de perigo.
  3. Manutenção em Dia: Realize a manutenção preventiva do veículo em uma blindadora de confiança, verificando regularmente os vidros, a suspensão, os freios e os pneus.
  4. Evite Rotinas Previsíveis: Varie seus trajetos e horários para dificultar a ação de criminosos.
  5. Atenção ao Entrar e Sair do Veículo: Esses são os momentos de maior vulnerabilidade. Esteja atento ao seu redor e procure estacionar em locais seguros e bem iluminados.
  6. Não Reaja a Assaltos: Em caso de abordagem, a recomendação é não reagir e priorizar a sua vida e a dos ocupantes do veículo.
  7. Em Caso de Tiros, Mantenha a Calma e Dirija: Se o carro for atingido por disparos, mantenha a calma, tente sair da linha de fogo e procure um local seguro para parar.
  8. Comunique-se com a Blindadora: Em caso de dúvidas ou problemas com a blindagem, entre em contato com a empresa responsável pela blindagem do veículo.

O Futuro da Blindagem Automotiva: Tecnologias Mais Avançadas

A indústria de blindagem automotiva está em constante evolução, buscando desenvolver materiais mais leves, resistentes e com maior capacidade de proteção.

Algumas tendências para o futuro incluem:

  • Materiais Híbridos: Combinação de diferentes materiais, como aço, aramida, cerâmica e compósitos, para otimizar a relação entre peso, resistência e custo.
  • Nanotecnologia: Utilização de nanotecnologia para desenvolver materiais balísticos mais leves e eficientes.
  • Blindagem Inteligente: Sistemas que se adaptam ao nível de ameaça, ajustando a proteção em tempo real.
  • Integração com Sistemas de Segurança Ativa: Integração da blindagem com tecnologias como frenagem autônoma de emergência, alerta de ponto cego e outros assistentes de condução, para uma proteção mais completa.

Conclusão: Proteção Reforçada, Mas Não Infalível

Um carro blindado oferece uma proteção significativamente maior contra a violência urbana, mas é crucial entender que blindagem não é 100%.

Conhecer os pontos fracos do carro blindado e as limitações dos diferentes níveis de blindagem é fundamental para adotar uma postura mais segura e consciente ao dirigir.

A blindagem é uma camada extra de proteção, mas não substitui a prudência, a atenção ao entorno e a adoção de medidas preventivas de segurança.

Ao combinar a blindagem com uma condução defensiva e a conscientização sobre os riscos, você maximiza a sua proteção e a dos seus passageiros.

Lembre-se: a segurança é um conjunto de fatores, e a informação é a sua principal aliada.