Comprou ou vendeu um carro usado no meio do ano? Uma dúvida comum surge: e o IPVA? Quem paga? Dividir o valor é justo, e aí entra o IPVA proporcional. Mas como calcular o IPVA proporcional corretamente?
Este guia rápido explica o que é, se é obrigatório, como fazer o cálculo e como negociar o IPVA proporcional na compra e venda de veículos usados.
O Que é IPVA Proporcional? É Obrigatório por Lei?
O IPVA proporcional é a prática de dividir o valor anual do IPVA entre o vendedor e o comprador, com base no tempo em que cada um ficou (ou ficará) com o veículo durante aquele ano.
Mas atenção: A divisão proporcional não é obrigatória por lei. Legalmente, na maioria dos estados, o responsável pelo pagamento do IPVA integral do ano é quem era o proprietário do veículo no dia 1º de janeiro (data do fato gerador do imposto).
No entanto, dividir o custo de forma proporcional é uma prática muito comum e justa no mercado, baseada no bom senso e na negociação entre as partes. O vendedor paga o IPVA integral (pois é necessário para transferir) e depois negocia o reembolso ou um desconto com o comprador.
Como Calcular o IPVA Proporcional (Passo a Passo)
O cálculo é simples:
- Valor Anual do IPVA: Descubra o valor total do IPVA do veículo para o ano em questão (consulte o site da Secretaria da Fazenda ou do DETRAN do seu estado).
- Valor Mensal: Divida o valor anual por 12.
- Exemplo: IPVA anual = R$ 1.200 -> Valor mensal = R$ 100.
- Meses do Vendedor: Conte quantos meses (ou fração) o vendedor ficou com o carro no ano, incluindo o mês da venda.
- Exemplo: Venda em Junho -> Vendedor usou Janeiro, Fevereiro, Março, Abril, Maio e Junho = 6 meses.
- “Parte” do Vendedor: Multiplique o valor mensal pelos meses do vendedor.
- Exemplo: R$ 100 x 6 = R$ 600.
- Meses do Comprador: Conte quantos meses (ou fração) o comprador ficará com o carro no restante do ano.
- Exemplo: Compra em Junho -> Comprador usará Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro = 6 meses.
- “Parte” do Comprador: Multiplique o valor mensal pelos meses do comprador.
- Exemplo: R$ 100 x 6 = R$ 600.
Neste exemplo, a divisão proporcional seria de R$ 600 para cada um.
Negociando o IPVA Proporcional: Como Fazer o Acerto
Como o vendedor precisa quitar o IPVA integral para poder transferir o veículo, a negociação do IPVA proporcional geralmente envolve:
- Reembolso: O comprador reembolsa o vendedor pelo valor correspondente aos meses em que ele (comprador) usará o carro. No nosso exemplo, R$ 600.
- Desconto no Preço: O vendedor dá um desconto no preço de venda do carro equivalente à parte proporcional do comprador. No exemplo, um desconto de R$ 600.
O mais importante: Qualquer que seja o acordo, ele precisa estar claramente descrito no contrato de compra e venda, especificando quem paga o quê e como será feito o acerto. Isso evita mal-entendidos e problemas futuros.
A Importância do Contrato na Negociação do IPVA
Nunca confie apenas na palavra. O acordo sobre o IPVA proporcional deve estar no contrato:
- Cláusula Específica: Inclua uma cláusula detalhando como o IPVA do ano corrente será dividido.
- Valores: Especifique os valores proporcionais calculados.
- Forma de Acerto: Detalhe como o acerto será feito (desconto no preço, reembolso, etc.).
Isso protege ambas as partes caso haja algum desentendimento posterior.
Consulta Veicular: Verifique o IPVA Antes de Negociar!
Antes mesmo de calcular o IPVA proporcional, faça uma consulta veicular. Consulte a placa (consultar placa de veículo, consulta placa veiculo) para:
- Confirmar se o IPVA está pago: Veja se o vendedor já pagou o IPVA do ano (integral ou parcelas).
- Verificar Débitos Anteriores: Descubra se há IPVA atrasado de anos anteriores (que impedem a transferência).
- Ter o Valor Correto: A consulta geralmente informa o valor venal e a alíquota, ajudando a confirmar o valor anual do IPVA.
Negocie com base em informações reais e ainda descubra informações como:
- Proprietário anterior: Verifique quem foi o proprietário anterior do veículo.
- Recall Pendente: Verifica se existem recalls pendentes ou veículo bloqueado
- Sinistros: Verifique se o veículo teve algum sinistro.
- Passagem por Leilão: Descubra se o veículo já passou por algum leilão e foi recuperado.
- Roubo ou furto: Verifique se o veículo foi roubado ou furtado e teve o chassi remarcado em função do roubo.
- Pendencias Financeiras e Judiciais: Verifique se o veículo tem problemas para ser transferido: IPVA, licenciamento, multas (em todos os órgãos, incluindo os de outros estados – multas RENAINF), Restrições Judiciais (Renajud), administrativas, financeiras.
- Busca e Apreensão: Se o carro tem um mandado de busca e apreensão ativo.
- Indício de Bloqueio: Aponta se o veículo foi objeto de algum tipo de solicitação de bloqueio, seja por busca e apreensão, dívidas, questões judiciais ou outros motivos que podem impedir a transferência ou circulação
Conclusão: IPVA Proporcional é Acordo, Não Lei!
Dividir o IPVA proporcionalmente na compra e venda de carros usados é uma prática justa e comum, mas lembre-se: é um acordo entre as partes, não uma obrigação legal imposta pelo governo.
Faça o cálculo, negocie de forma transparente com a outra parte e, principalmente, registre tudo no contrato de compra e venda. Assim, você evita problemas e garante uma transação tranquila!